segunda-feira, 5 de maio de 2014

Cartazes

Pioneiro na criação de cartazes artísticos, Jules Cheret, artista),  francês do séc XIX (pintor e litógrafo) utilizava uma técnica que combinava imagens e textos curtos. Usando de recursos que provocavam o observador da época, como belas mulheres e figuras alegres, o caráter inovador de suas imagens causavam impacto na população e consequentemente atraia muita atenção. Um fator preponderante da inovação de Cheret foi a transformação que sua tecnica causou na paisagem parisiense pois inspirou a arte mural, e o desenvolvimento de tintas resistentes a chuva.


Belas mulheres são marca registrada nos cartazes de Cheret


Além de Cheret, Henry Toulouse Lautrec, é outro artista francês, sua obra é divulgada anos depois e faz referências à alguns trabalhos de seu antecessor, além de trazer novos elementos que contribuíram para a utilização massiva de cartazes como recurso publicitário já no início do século XX. 
Revolucionou o Design Gráfico a partir de suas pinturas que representavam principalmente a vida boêmia da Capital Francesa retratando cabarés e teatros marcando assim uma nova era da publicidade, um momento de liberdade de ideias da qual a propaganda deixa de ser financiada exclusivamente pela igreja e nobreza, mais tarde, a obra do artista seria reconhecida como essencial para o surgimento de um movimento nas artes conhecido como Art Nouveau. 


Reine de Joie - Toulouse Lautrec.
A sensualidade é marca presente na obra do Artista


Quanto a composição, ambos os artistas pensavam suas pinturas de uma forma sofisticada para a época, usando cores carregadas, especialmente o vermelho e o preto além do laranja e o verde limão, esses tons eram usados intencionalmente com o intuíto de reproduzir a atmosfera elétrica da época.
Algumas diferenças marcam os artistas, como o uso das sombras de Cheret contra a ausência total delas por Lautrec, porém é notavel a contribuição para o desenvolvimento deste meio de comunicação que hoje é recurso essencial nas campanhas publicitárias e que fazem uso das artes e da fotografia para cada vez mais comunicarem-se com seu público alvo.


              Lautrec e Cheret lado a lado, referências para a produção publicitária.

Cartaz - Forma rápida e eficiente de comunicação

A partir do século XX a inovação trazida pelo cartaz influencia o design e a forma de se pensar a transmissão de mensagens à um determinado público. O surgimento das grandes cidades a partir do desenvolvimento industrial criaram uma demanda de transmissão rápida e eficiente de mensagens com o objetivo de democratizar e alcançar o maior número de pessoas especialmente para contribuir com o consumo e produção de novos serviços e demandas.



Com o passar do tempo os investimentos da mídia publicitária criaram novos modelos de cartazes e seus derivados como o poster, hoje, as grandes produções da mídia, os produtos comercializados por grandes empresas e campanhas que pretendem alcançar um grande público, tornam-se cartazes rapidamente, estes tem o papel de conversar com a população e comunicar a relevância daquilo que é mostrado nas imagens estampadas nas paredes, postes, e diversos outros suportes como túneis de metrô e os próprios carros que a cada segundo transitam sobre os trilhos das grandes metrópoles.



segunda-feira, 24 de março de 2014

A Revista - Informação de forma leve e rápida

Ir à uma banca de jornal e buscar pela sua revista predileta é hoje algo simples e que pode ser algo tão habitual que pode passar despercebido dentro da rotina diária, porém é interessante pensar que assim como outros hábitos e práticas do dia a dia contemporâneo, o ato de folear uma revista nem sempre foi tão acessível a todos.

A "revista" da forma como a conhecemos hoje, é uma invenção do século XVII surgida na Alemanha, este modelo de publicação foi criado pelo teologo e poeta Joahann Rist na cidade de Hamburgo em 1663  com um nome sugestivo “Erbauliche Monaths-Unterredungen" ou em português "Edificantes discussões mensais", os conteúdos tratados eram relacionados a discussões filosóficas e a apresentação de poemas, no mesmo século nove anos após surgiu na França a revista "Le Mercure" e em 1690 a na Inglaterra é publicado outro periódico chamado "Athenian Gazette".
Terceiro volume da Revista "Athenian Gazette"





Muitos elementos transformaram-se desde então nas publicações, a forma de escrita, o papel utilizado, os temas abordados, destas transformações uma das grandes mudanças está na maneira da qual este veículo de comunicação relaciona-se com o público leitor no primeiro contato. Antes apresentada essencialmente com textos que apresentavam os principais assuntos abordados na publicação, com o tempo, a revista foi se apropriando de forma mais intensa do uso de imagens para transmitir ao leitor suas intenções e temas de discussão que os magazines trazem a tona. 


Na imagem acima podemos ter contato com uma das capas de revista mais famosas de toda a história, com uma foto clicada pela famosa fotógrafa Annie Leibovitz Demi Moore é fotografada nua e grávida para a capa da Revista Vanity Fair, apesar de históricamente recente (a foto é da década de 90) a imagem quebrou com diversos paradigmas e apresentou uma forma de mostrar a fama e a gestação das mulheres famosas que foi copiada mundo a fora inclusive no Brasil.  

Anterior a esta imagem, e sem dúvida uma das capas mais marcantes de todos os tempos, a foto desta capa (também realizada por Leibovitz) traz em apenas uma imagem toda a comoção acerca do assassinato do cantor John Lennon, nesta imagem, John e Yoko são retratados de uma maneira delicada e ao mesmo tempo muito intensa e que mesmo sem a intenção de retratar a morte do Cantor, pôde e pódeexplicar ao Mundo o tamanho de tragédia ocorrida na década de 80.



No Brasil, os grandes veículos de comunicação impressa que tem nas revistas seus grandes produtos, costumeiramente usam do recurso da fotografia para construir seus discursos e vender suas propostas e produtos para a população, atrizes apresentam seus corpos perfeitamente modelados pelas dietas da moda, belas mulheres despertam o desejo masculino em poses ousadas e os campeões do último Campeonato Brasileiro estampam a capa do noticiário esportivo com o troféu ao alto.






Observando a apresentação destas duas capas da Revista Veja, podemos perceber o quanto a composição e o preparo da capa de uma publicação pode colaborar no discurso a na posição que o veículo quer apresentar para o público, no primeiro caso na época de sua eleição no final da década de 80, o então candidato a presidência da República, Fernando Color de Mello é lançado como o grande "Caçador de Marajás", retratado como um jovem político que iria livrar o País dos "marajás", sabemos hoje que a trajetória do primeiro presidente eleito de forma direta pelo povo brasileiro não foi longa porém os resquícios de sua história ecoam até hoje e foram utilizados pelo mesmo veículo anos depois já nos anos 2000 para então comparar a situação do então presidente Lula com a passada por Collor. Utilizando de recursos como a composição sóbria e a analogia das letras "L" nas cores que Collor utilizou em sua campanha na década de 80, a Revista então apresentava a situação política de Lula como agonizante, tal qual da era do "Caçador de Marajás".